
O que você precisa saber sobre a tecnologia Blockchain
O que veio primeiro: bitcoin ou blockchain? A resposta é o blockchain, pois foi criado quase 20 anos antes da maior criptomoeda que existe. A princípio a ideia era criar um mecanismo no qual os registros não pudessem ser alterados ou comprometidos de nenhuma forma.
O blockchain se tornou a base do bitcoin, pois permite manter um registro financeiro de todas as transações devido a sua natureza imutável. Uma vez que a transação de compra e venda é registrada não é possível realizar alterações ou apagar dados.
Essa confiabilidade também demonstra o potencial da aplicação do blockchain em outras áreas. Esse e outros tópicos serão discutidos detalhadamente no decorrer deste conteúdo. Continue lendo para saber mais!
O que é blockchain?
Em termos simples, o blockchain é um livro-razão, conceito tradicional da contabilidade, no qual todas as transações são registradas e rastreadas. O blockchain ainda expande esse conceito devido a sua característica inalterável.
Assim, todas as negociações de moedas digitais são mantidas de forma segura. Além disso, é compartilhado o que aumenta a transparência. Então, vamos rever o histórico do blockchain.
Essa tecnologia já existe a um bom tempo, foi criada em 1991, contudo ainda não tinha um uso prático ou era amplamente acessível. A ideia era criar um sistema independente, sem a fiscalização ou intervenção de governos, corporações ou instituições financeiras. Como resultado, o seu funcionamento depende de participantes voluntários que atuam como controladores e auditores do processo.
Cada integrante tem acesso às mesmas informações e alterações são feitas somente após a aprovação de todos. Queremos que fique claro: as transações são validadas, contudo não pode ser alteradas.
O conceito de mineração
Da mesma forma que as moedas tradicionais, há escassez de bitcoin, inicialmente, e depois de outras criptomoedas que seguem a mesma programação. Por outro lado, há possibilidade de fabricar mais bitcoin. Inclusive existem empresas dedicadas a essa prática.
Você poderia questionar se a criação constante de mais moedas não seria desastrosa para o mercado. A resposta é não, pois as moedas digitais não operam da mesma forma que o dólar, o real ou o euro. Hoje há um consenso, criado pelo inventor do bitcoin que o limite para controlar a demanda do mercado seria de 21 bilhões de unidades.
A estimativa mais recente indica que há mais de 16 bilhões de bitcoins em circulação, isso sem contar a quantia que, por vários motivos, está perdida ou completamente inacessível. Se continuarmos no ritmo atual, a previsão é que o último bitcoin será minerado em 2140.
A fabricação dessa criptomoeda depende de um processo chamado de mineração que consiste em computadores conectados a rede BTC para resolver cálculos matemáticos extremamente complexos. Atualmente, o valor de cada bloco é 6,25 BTC, porém a cada 210 mil blocos minerados esse valor cai pela metade, em um processo chamado de halving.
A redução periódica da recompensa faz com que a emissão de criptomoedas ocorra de forma controlada, o que ajuda a estabilizar os preços.
Como funciona a segurança de blockchain?
Usar o blockchain na segurança de dados tem inúmeros usos. A partir dos princípios de criptografia todas as informações armazenadas são estruturadas em blocos, de modo que, cada bloco contenha um conjunto de transações.
Cada novo bloco tem uma conexão direta com aqueles que vieram anteriormente, assim, se tornam praticamente impossíveis de corromper. Outro elemento que merece destaque é o mecanismo de consenso. Esse é um tipo de algoritmo que é acionado quando um novo dado entra na rede.
O minerador é responsável por validar o dado a partir de regras previamente estabelecidas. A etapa seguinte é que outros mineradoras também realizem as próprias validações. Por isso, o nome blockchain, uma corrente de blocos.
Quais são as novas aplicações do blockchain?
Vinte anos atrás não poderíamos imaginar de que forma o blockchain seria utilizado, mas a partir da criação das criptomoedas essa tecnologia passou a ser adaptada em várias áreas.
Um fato que chama atenção é o volume de dinheiro que circula e está completamente resguardado por meio dessa tecnologia. Como o processo de segurança é descentralizado não há entidades ou pessoas no controle dessas informações e, assim, os registros são usados apenas para as finalidades as quais se destinam.
Contratos inteligentes
Como tempo, novos projetos começaram a surgir que usavam os princípios desenvolvidos pelo blockchain e pelas criptomoedas. O lançamento da Ethereum que é, ao mesmo tempo, moeda digital e mecanismo de segurança.
A proposta da Ethereum é colocar em prática os chamados smart contracts ou contratos inteligentes. Esse aspecto permite a proteção de dados de natureza pessoal. Por exemplo, ao adquirir um imóvel é necessário apresentar inúmeros documentos inclusive relacionados às suas finanças, score de crédito e pagamentos.
Com os smart contracts você disponibilizaria a documentação no sistema que, em seguida, realizaria o procedimento de validação e finalizaria o processo de compra.
Sistemas de pagamento
Os meios de pagamento do futuro já estão aqui. O desenvolvimento de máquinas de cartão que aceitam pagamentos por aproximação do cartão ou de um smartphone são um resultado dessa evolução. Nessa lista, também incluímos carteiras digitais, o que dispensa o fornecimento de informação bancárias uma vez que o aplicativo é responsável por concluir a transação com segurança.
Armazenamento em nuvem
A redução do uso de arquivos de papel é uma consequência do aprimoramento das tecnologias de armazenamento na nuvem. Nesse tipo de sistema, é possível limitar o acesso às informações somente para usuários específicos ou dispositivos que podem ser usados a partir de uma conexão com a internet.
Transparência pública
A tecnologia de ponta a ponta é muito usada nesse tipo de transação, pois garante que informações disponibilizadas por órgãos governamentais são verídicas e inalteráveis. Também é possível expandir a sua aplicação para as empresas listadas na Bolsa de Valores que devem prestar contas quando ao desempenho financeiro, informações tributárias e projeção de gastos.
Combate à corrupção e lavagem de dinheiro
Essa é mais uma iniciativa do setor público que busca agregar segurança ao processo de troca de informações entre as entidades do governo. Desse modo, todas as trocas de informações podem ser rastreadas, arquivadas e analisadas. Esse é um pilar da governança que atua para promover a confiabilidade.
Todos os aspectos citados no texto ajudam a consolidar o blockchain como uma tecnologia que merece o devido reconhecimento. Esse é apenas o começo, pois ainda existem muitas ideias que podem ser desenvolvidas com base nos princípios de transparência e segurança de informações.
Agora que você já sabe tudo sobre o funcionamento e as aplicações do blockchain, está hora de conhecer uma das principais criptomoedas. Continue lendo o nosso blog e acesse o nosso post sobre o que é Ethereum e como funciona na prática.